sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

*Eu e as minhas cartas não entregues*

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Não sei exatamente quantas delas eu tenho
Nem sei a verdade delas ainda estarem comigo
Só sei que a coragem de dizer o que nelas escrevi nunca existiu
Não consegui dizer nem em voz, e nem na grafia
Não sei o que me falta, nem sei se devo um dia entregá-las
Há algumas que ainda sinto vontade de reler
E outras que decorei de tanto que já o fiz 
Posso recitá-las como que um poema famoso
Ou cantá-las como minhas musicas favoritas
Minhas cartas não entregues são meus melhores pensamentos
Meus verdadeiros sentimentos
E que eu guardo só pra mim
Cada carta não entregue tem em si algo muito particular
É como se ainda não tivesse me libertado do que queria dizer
Como se as palavras nelas escritas estivessem perdidas no tempo e no momento em que foram sentidas
Como se eu ainda pudesse sentir o que vivi no momento
É reviver tudo de bom ou nem tão bom assim
Reviver cada pensamento sentimento e vontade do passado
Lembrar da musica que tocava naquele instante ou lembrar do alguém que estava nos meus sonhos
Ou do conto que eu inventei quando as escrevi, das coisas que imaginei pra que eu pudesse acreditar que um dia seria verdade
É lembrar do príncipe que idealizei, dos momentos que planejei e de uma possível hora certa de entregá-las
É reviver tantas coisinhas que ainda guardo não sei onde
E não sei por quanto tempo ainda as farei
No momento prefiro pensar que só foram entregues aquelas que mereciam ser lidas
Tanto pelas pessoas que estavam lendo quanto pelas palavras que nelas existem
Algumas duras de mais, de palavras ríspidas, frias e cheias de verdade
E outras fantasiosas cheias de sonhos e vontades que nunca existiram de verdade
 São assim minhas cartas não entregues... Até então